sexta-feira, 25 de março de 2011

O nome de Jesus não é Jesus




Photography by Sebastião Salgado
[Já não há letras que decupam a vida,
encarcerando as peculiaridades e depreciando a liberdade.
Já não há Deus no céu que não nasça por trás de cada nome,
de cada semblante, de cada relva viva.]

Alguns religiosos não reconhecem que fazem parte de uma religião imperiosa e que, muito menos, a sua religião sustenta um Deus, uma Escritura divina e a única verdade.
Alguns religiosos tentam decifrar o nome do “Deus do velho testamento” e o verdadeiro nome do messias, assegurando-se de que só se pode adorar a Deus, quando descobrirem o seu verdadeiro nome.
Toda religião ergue um Deus e se mostra como via única para se chegar nele, ou, as mais “piedosas”, se colocam como uma via aonde Deus a utilizará para chegar até o Homem.
A vocação de ser o representante de Deus na Terra será irresistível enquanto não crucificarem com Cristo, o Cristo ideológico.
É necessário que a mensagem do evangelho, do Deus que se encarnou num homem, se encarne na humanidade.
Já não há um Jesus Cristo. Há um José, Maria, Moisés, Sergio, Cristina e etecéteras. Devemos ser devotos do próximo e acender o incenso do amor, da justiça e da paz.
O Jesus que existe entre nós é aquele que co-habita em nosso núcleo social.
Ele nasceu, cresceu, morreu e se repartiu na humanidade, bem como, em toda a sua criação. Faria bem para muita gente banir o nome Jesus para, talvez, encontrá-lo no próximo, deste modo, não haveria chance de se ser um servo de Deus sem ser um servo do próximo.
Religião boa é aquela que desiste da idéia de ligar o Homem com Deus que não seja pela via do ligar homens e mulheres com homens e mulheres.
Se isso acontecesse, não existiria diferença religiosa e nem assassinato da inteligência, da liberdade e da verdade.
O sacrifício de Jesus reconciliou o Homem com Deus e isso é louvado a partir do elo harmônico entre a criação e não através duma relação que estabelece um vínculo monótono e frívolo entre Deus-apache e o Homem-ególatra. Assim, Suas Fagulhas de vida eterna vão irrompendo em lugares que exista compaixão e generosidade, numa intimista relação onde se perscruta aquilo que é dádiva dEle de forma que não se discute, apenas se reconhece.
Adular Deus em detrimento da própria realidade do ser é um tipo de esquizofrenia legalizada e bem quista que segrega o indivíduo de seu mundo.
O filho do Homem está incubado na humanidade e quem se livrar da insensibilidade religiosa e das crostas do egoísmo vai encontrá-lo.
Já não há letras que decupam a vida, encarcerando as peculiaridades e depreciando a liberdade.
Já não há Deus no céu que não nasça por trás de cada nome, de cada semblante, de cada relva viva.
Aceite este Jesus como “seu único e suficiente salvador”.


POR: Moises Lourenço, Ctrl C + Ctrl V do site mera palavra

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