sexta-feira, 25 de março de 2011

Descartando Malaquias 3 para Igreja de hoje


O dízimo antes da lei de Moisés

Antes que Deus revelasse uma lei escrita a Moisés, para governar os descendentes de Israel, encontramos duas ocasiões quando homens deram ou prometeram dízimos a Deus. Depois do resgate de pessoas e de bens que tinham sido tomados de Sodoma numa guerra, Abraão deu um dízimo a Melquisedeque, o sacerdote de Deus (Gênesis 14:18-20). Mais tarde, Jacó (o neto de Abraão) prometeu devolver a Deus 10% de sua prosperidade (Gênesis 28:22). Estes dízimos parecem ter sido voluntários. Não há registro de qualquer mandamento de Deus a respeito do dízimo antes do tempo de Moisés.

O dízimo na lei de Moisés

Deus ordenou o dízimo na lei que ele deu através de Moisés. Muitas passagens mostram essa exigência (por exemplo, Levítico 27:30-33; Números 18:21-32; Deuteronômio 12:1-19; 26:12-15). O dízimo era uma característica da relação especial entre Deus e o povo escolhido de Israel (Deuteronômio 14:22-29).

Malaquias viveu no mesmo tempo que Neemias. Ele era um judeu que pregava aos judeus (Malaquias 1:1). Ele viveu sob a lei de Moisés e encorajou outros israelitas a serem obedientes a essa lei (Malaquias 2:4-8, 10; 4:4).

Agora vou comentar o texto de Malaquias 3 a partir do verso 7:

7 Desde os dias de vossos pais, vos desviastes dos meus estatutos e não os guardastes; tornai vós para mim, e eu tornarei para vós, diz o SENHOR dos Exércitos; mas vós dizeis: Em que havemos de tornar?
8 Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas.
9 Com maldição sois amaldiçoados, porque me roubais a mim, vós, toda a nação.
10 Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança.
11 E, por causa de vós, repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; e a vide no campo não vos será estéril, diz o SENHOR dos Exércitos.
12 E todas as nações vos chamarão bem-aventurados; porque vós sereis uma terra deleitosa, diz o SENHOR dos Exércitos.
13 As vossas palavras foram agressivas para mim, diz o SENHOR; mas vós dizeis: Que temos falado contra ti?
14 Vós dizeis: Inútil é servir a Deus; que nos aproveitou termos cuidado em guardar os seus preceitos e em andar de luto diante do SENHOR dos Exércitos?
15 Ora, pois, nós reputamos por bem-aventurados os soberbos; também os que cometem impiedade se edificam; sim, eles tentam ao SENHOR e escapam.
16 Então, aqueles que temem ao SENHOR falam cada um com o seu companheiro; e o SENHOR atenta e ouve; e há um memorial escrito diante dele, para os que temem ao SENHOR e para os que se lembram do seu nome.
17 E eles serão meus, diz o SENHOR dos Exércitos, naquele dia que farei, serão para mim particular tesouro; poupá-los-ei como um homem poupa a seu filho que o serve.
18 Então, vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus e o que não o serve.

São muitas as minhas queixas contra aqueles que de maneira abusiva usam esse texto para manipular, portanto não quero ser nem muito demorado e nem cansativo, por isso irei ressaltar apenas os pontos mais importantes:

* Ler e interpretar esse e qualquer outro texto do antigo testamento isoladamente é um erro muito grave, pois a única ferramenta hermenêutica eficaz é Cristo, portanto todos os textos, assuntos e questões devem ter como ponto de partida as palavras e atitudes de Jesus. E portanto teremos todas as coisas do AT como sombra das do NT. Sendo assim, esse texto perde todo o sentido.

*A interpretação legal de Malaquias não cabe nessa nova dispensação da consciência na Graça, conforme o Evangelho; como também não sabem que estão ainda vivendo sob os auspícios da Lei e não da Graça; visto que se colocaram sob o comando de algo que foi instituído para a “igreja” quando ela foi deixando de ser apenas Igreja, conforme a leveza do Evangelho; e conforme o poder que Constantino instituiu, chamando-o de “Cristianismo”.

* Ler e interpretar esse texto de um modo legalista é o mesmo que afirmar que:

1- Queremos que a Igreja tenha o mesmo significado para a sociedade que o Templo-Estado tinha para o povo de Israel;

2- Nossa seletividade arbitrária quanto a determinar o que, da Lei, nos é conveniente. Pois tendo a lei de Moises 613 preceitos decidimos o que dela nos convém hoje e o que Jesus convergiu em graça.

3- Declaramos que o sacrifício de Jesus na cruz não foi suficiente para despojar 'todo' principado e 'toda potestade', se cristo na cruz os colocou debaixo de seus pés, o devorador escapou dessa, Pois ainda assustamos os irmãos com esse 'demonio'

4- Nossa incapacidade de ver que Malaquias 3 tem sua atualização na Graça em II Co 8 e 9. E sem maldiçoes; evocando a alegria, não o medo.

5- Nossa ênfase na idéia de que aquele que não contribui é ladrão, põe aqueles que “cobram” no papel de sacerdotes-fiscais dos negócios de Deus na Terra.

6- Ao por em pratica esse texto, nos sentimos no direito de barganhar ou exigir algo em troca, e assim entramos em conflito com 100% dos ensinamentos do NT.

Gostaria de dizer que não sou contra, e fiquei procurando argumentos para expressar em palavras o que é o dizimo pra mim, e foi no www.caiofabio.net que encontrei tudo o que sentia a esse respeito e não tinha palavras certas para expressar.

Fasso portanto minhas as palavras do Pr. Caio Fabio:

"...o dizimo é parte de todo culto racional e grato. Sua base, todavia, não é a Lei, mas sim a Lei da Graça, da gratidão, da alegria, do reconhecimento do amor e da providencia, do desejo de contribuir para ajudar outros, e, sobretudo, como manifestação de culto a Deus, no qual a alegria grata oferece como culto aquilo que é um “deus” na terra: o dinheiro!

Para mim, dar o dízimo, além de ser tudo o que há pouco lhe disse, é também um ato de vindicação da soberania de Deus sobre nossa existência. O dinheiro é uma Potestade espiritual. Foi a única realidade que Jesus usou para apresentar como um “deus” competindo pelo amor dos homens. Por isso Jesus chamou o dinheiro (Mamon) de “senhor”; e disse que ninguém poderia servir a Deus e às riquezas. Desse modo, quando alguém dá pelo menos 10% do que ganha, tal pessoa está confessando sua gratidão, sua confiança na Provisão, e, também, sua libertação em relação ao poder que os bens tendem a exercer sobre toda alma humana, reclamando um papel divino e de obediência e serviço, como faz todo senhor espiritual."



Paz e bem.





Fernando Lanza

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